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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Colecionadores exibem raridades no Encontro de Veículos Antigos de Teresópolis

Secretário de Turismo Flavio Gueiros entre Albino Pina Rodrigues e Joel Seixas, vice-presidente e presidente do Volks Clube de Teresópolis
Colecionadores exibem raridades no Encontro de Veículos Antigos de Teresópolis


Teresópolis, 27 de agosto de 2012 – Neste fim de semana, apreciadores de carros antigos, colecionadores e visitantes puderam curtir as raridades, originais e modificadas, expostas na Praça Olímpica Luís de Camões, na Várzea, durante o 12º Encontro de Veículos Antigos de Teresópolis.
Secretário de Turismo Flavio Gueiros entre Albino Pina Rodrigues e Joel Seixas, vice-presidente e presidente do Volks Clube de Teresópolis com os “antigomobilistas” Ricardo Fonseca e Orlando Luiz dos Santos com o seu MP Lafer

Modelos como Ford 1928/29, Oldsmobile, Dodge Station Wagon, Chevrolet Belair, Austin, Volkswagen 1600 (Zé do Caixão), Galaxie, Gordini e Dodge Dart, os esportivos Porsche, MP Lafer e Karmann Ghia, além de Jipes militares, Corcel, Opala, Passat, Chevette e Fuscas encantaram o público e os “antigomobilistas” que visitaram a exposição neste sábado, 25, e domingo, 26. A mostra contou ainda com feira de venda de peças e miniaturas.
 O “antigomobilista” Albino Pina Rodrigues com o Dodge 1950 Station Wagon

Reunindo em torno de cem veículos, o evento atraiu colecionadores dos estados do Rio de Janeiro (Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes, Itaboraí, Magé, Macaé, Niterói, Resende, Rio de Janeiro, São Gonçalo e Volta Redonda), São Paulo (Diadema), Espírito Santo (Vitória, Serra e Cachoeiro de Itapemirim) e Minas Gerais (Belo Horizonte e Juiz de Fora), bem como de Fortaleza/CE e Curitiba/PR.
José Augusto Guettnauer com a Brasília azul 1980

O Secretário Municipal de Turismo, Flavio Gueiros, comemorou o sucesso do evento. “O encontro é uma tradição. É um segmento de oferta muito importante para o turismo, pois atrai visitantes, lota hotéis e pousadas e aquece a nossa economia”.
Sérgio Castelo Branco com o Dodge Dart 1975: melhor carro nacional

O colecionador Antonio Vasconcelos com o seu Austin 1960, o melhor veículo do encontro

Dono de um Fusca 1965 original, o presidente do Volks Clube de Teresópolis, Joel Seixas, avaliou positivamente o encontro. “Em número, não chegou ao que pretendíamos, mas em qualidade de veículos expostos foi sensacional, com vários veículos raros. Foi um evento maravilhoso, todos ficaram satisfeitos com a organização e o apoio da Prefeitura”. 

Realização do Volks Clube de Teresópolis, em parceria com a Prefeitura, o evento contou com o apoio da Federação Brasileira de Veículos Antigos, Sincomércio, ACIAT, Teresópolis Shopping Center, SAF Assistencial, Studio Itália, Posto Irmãos Resende, Cabelo, Corpo & Cia e Gravale Artes Gráficas.
 Público aprecia raridades originais e modificadas no 12º Encontro de Veículos Antigos

Raridades premiadas

Uma das raridades expostas, o Austin MK2 1600, de 1960, foi premiado o melhor veículo importado do encontro por sua originalidade e conservação. O proprietário, Antonio Vasconcelos, de Teresópolis, festejou a premiação. “Dá muita satisfação ter esse reconhecimento. Atualmente, os maiores colecionadores desse carro são os chineses”, comentou ele, que participou do encontro com outros cinco veículos: dois Fords 1929, um Jipe militar 1942, um Mercedes 1950 e um Fusca 1961.

O Dodge Dart 1975, de Sérgio Castelo Branco, também de Teresópolis, recebeu o troféu de melhor carro nacional. “É bem gostoso saber que o carro está sendo apreciado. O legal do evento é permitir que o público veja veículos desse tipo, porque a grande maioria não teve oportunidade de conhecer um desses”.

O Dodge 1950 Station Wagon despertou a curiosidade do público. “Realmente esse carro é uma raridade. Em Teresópolis só tem esse, e outro no Rio de Janeiro, que foi usado em vinheta de novela da Globo”, contou Albino Pina Rodrigues, vice-presidente do Volks Clube de Teresópolis.

O colecionador Emilson de Oliveira veio de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, especialmente para exibir os seus veículos: um Ford 1928 e um Fusca de 1970. “É o primeiro encontro que participo em Teresópolis. O evento é sensacional, com variedade de modelos e carros muito bons”, enalteceu.
 Feirinha de peças no Encontro de Veículos Antigos

Evento reconhecido

O 12º Encontro de Veículos Antigos de Teresópolis tem o reconhecimento dos “antigomobilistas”. O vice-presidente da Federação Nacional de Veículos Antigos, Jorge Porcaro, elogiou o organizador do encontro, “um dos maiores do Brasil”, lembrando que o evento “tem, cada vez mais, a cara de seu organizador, razão do sucesso que se repete a cada ano”. 

O vice-presidente da Associação de Veículos Antigos de Juiz de Fora, Maurílio de Almeida, disse que “quem dera que outras cidades dessem o apoio que Teresópolis dá aos donos de carros antigos, onde tudo funciona e os expositores se sentem orgulhosos de verem seus veículos admirados por um público que cresce a cada evento”.

Gerôncio Bragança, diretor regional da Federação Brasileira de Veículos Antigos, afirmou que Teresópolis é uma cidade maravilhosa, que deu a volta por cima depois das catástrofes e que o 12º Encontro de Veículos Antigos é uma demonstração dessa recuperação.

Os melhores anos de nossas vidas

Com o falecimento do pai, o velho fusca 1973 ficou esquecido na garagem. Anos depois, o filho, José Augusto Guettnauer, decidiu reabilitar o carrinho, então com 62.000 quilômetros rodados. E entrou para a tribo dos colecionadores de veículos antigos. No fim de semana, entretanto, a Brasília azul, 1980, comprada anos mais tarde, é que esteve na exposição da Praça Olímpica.

No Brasil são centenas de associações e clubes do gênero, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, com milhares de veículos, importados ou fabricados aqui, cuidadosamente conservados e exibidos com orgulho por seus proprietários país afora.

Para participar de exposições é necessário que o automóvel tenha pelo menos 30 anos e 80% de originalidade. E não é tão simples assim: veículos de Teresópolis, por exemplo, têm que chegar às exposições em cidades distantes como Vitória e Belo Horizonte por suas próprias pernas (ou rodas, no caso). Nada de guincho ou carona na carroceria de caminhões.

Na premiação se leva em conta principalmente a originalidade. O acento de couro veio com o carro? O retrovisor ainda é o mesmo? E os pneus? Tudo é levado em conta, mas há espaço também para os modificados e/ou adaptados: antigos Gordinis tomam a forma de carros do futuro, rodas de liga leve dão ao velho Corcel um toque de modernidade. E por aí em diante.

É claro que, apesar do trato, a antiguidade traz alguns problemas: o colecionador Guettnauer estava a caminho de Juiz de Fora, quando o cabo de acelerador da Brasília simplesmente se rompeu. Achar um substituto, 30, 40 anos depois, não é fácil, e os colecionadores sabem disso. Mas não é o pior dos mundos.

Muitas lojas de autopeças, surpreendentemente para nós simples mortais, ainda mantêm no estoque cabos de acelerador, carburadores, omocinéticas, caixas de embreagem, rodas, capôs, espelhos retrovisores e uma infinidade de componentes que fazem os idosos voltarem sem problemas para a estrada. Em último caso pode-se recorrer aos ferros-velhos. Ou aos vendedores que acampam junto às exposições.

Os expositores de carros antigos são uma tribo. Fora o orgulho de exibir seus carros, há o prazer de encontrar os amigos, dizem. Mas entre esses cinquentões, sessentões e até setentões, que ganham as estradas dirigindo automóveis montados desde o início do século 20, é fácil observar que a exposição também é um templo de nostalgia.

Afinal, diz um deles, os carros que levamos para as exposições “fazem parte dos melhores anos de nossas vidas. Quando éramos jovens (ou quase) e pilotávamos lendas como o Dodge Dart, os DKWs com motor de dois tempos, os primeiros Corcéis II, Fiats 147, Galaxies e Fuscas, os carros que marcaram o início da industrialização do Brasil”.

Os anos se passaram, mas a paixão e a nostalgia continuam. A exposição de Teresópolis vai se reproduzir em São Gonçalo, depois talvez no Rio ou em outra cidade, onde os bons e velhos tempos estarão sempre de volta.
 Público aprecia raridades originais e modificadas no 12º Encontro de Veículos Antigos

Texto: José Attico e Silvia Pimentel
Fotos: Marco Esteves
Fonte:Assessoria de Comunicação de Teresópolis

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