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Jornal Extra 14/08/2012-Mais de 25 mil imóveis continuam em áreas de risco na Serra
Com a porta de casa sempre aberta, Josiane Gomes Marques de Oliveira sente-se mais segura no sofá vermelho de dois lugares da sala do que em qualquer outro canto da moradia apertada onde vive, desde a manhã do dia 12 de janeiro do ano passado, no Alto Floresta, em Nova Friburgo. Aos 31 anos, ela abraça o filho Matheus, de 8, sempre que o tempo fica nublado e não deixa o menino ir para o quarto.
— Basta qualquer barulho para me assustar, eu nem deito. Fico aqui. Penso que, se eu tiver perto da porta, vai dar tempo de me salvar. Mas meu marido diz que não — diz Josiane, ainda traumatizada com a tragédia na Serra, abordada na série de reportagens Verdade Soterrada, que revelou que ainda há 191 desaparecidos.
A residência simples, emprestada pela sogra, foi interditada pela Defesa Civil na época da tragédia na Região Serrana. Sem ter outra opção, a família torce para que não chova forte, já que o imóvel está na beira de um grande barranco.
Casas insuficientes
Apesar da promessa dos governos estadual e federal de 11.409 novas moradias, há pelo menos 25.068 casas (13.659 a mais) como a de Josiane, segundo as prefeituras de Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. São 11,7% do total dos três municípios, de acordo com o censo 2010 do IBGE. Um ano e meio depois, mais de cem mil pessoas vivem em áreas de risco.
Ex-costureira, Josiane chora ao lembrar do espaço e do quintal que possuía em uma das três casas do terreno da avó, algumas ruas acima do endereço atual. Únicos sobreviventes da tragédia, ela, o marido, o filho e uma irmã, que mudou-se para o Rio, tiveram nove parentes mortos na catástrofe.
Reunião adiada
Não foi realizada ontem a reunião prevista entre representantes de Centros de Referência em Direitos Humanos com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes. No encontro, seria avaliada a primeira semana de trabalho da força-tarefa constituída para apoiar as vítimas das chuvas na Região Serrana.
Os relatórios sobre as visitas às áreas atingidas em Petrópolis, Teresópolis e Friburgo e os depoimentos de parentes das vítimas da tragédia ainda estão sendo analisados, antes de serem apresentados em Brasília. A força-tarefa tem a missão de ajudar na identificação dos desaparecidos e no apoio jurídico e social aos sobreviventes.
Fonte:Assessoria de Comunicação de Teresópolis (Jornal Extra)
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